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Foto do escritorRodrigo M. Weinhardt

O potencial comercial do ASG nos esportes


Crédito: Getty Images | Bryan Rust do Pittsburgh Penquins vs Sean Kuraly do Columbus Blube

Pittsburgh Penguins anuncia programa de sustentabilidade e dá sinais do amadurecimento de propriedade em construção


A equipe de hóquei no gelo Pittsburgh Penguins, da NHL, entrou na caminhada do “Esporte e Sustentabilidade” ao lançar em abril deste ano o programa Penguins Pledge, uma iniciativa que fortalece o compromisso e os projetos de sustentabilidade social, econômica e ambiental do time da Pennsylvania.


Saiba mais sobre o programa Penguins Pledge.

Conforme o anúncio, a iniciativa é um esforço colaborativo e este é um ponto muito relevante e há muito o que ensinar com seus resultados. Isso porque dois pesos pesados da indústria norte americana estão embarcados na “dobradinha” aproveitando o potencial do esporte como solução de (re)construção de imagem utilizando um ativo de altíssimo valor que são os programas de ASG de organizações esportivas.


Três empresas estão na caminhada com o Pittsburgh Penguins. A primeira grande é a PPG, indústria química com foco na produção de tintas, além de outras operações de alto impacto.... e algumas nem tanto, como a PPG Paints Arena, local no qual o Penguins leva suas partidas. Aliás, este foi o primeiro equipamento de jogos da NHL a ter a certificação LEED Gold (de edifícios verdes) e tem o naming rights do parceiro.


O segundo integrante é a United States Steel Corporation. Mais conhecida como U.S. Steel é uma das principais e mais antigas produtoras de aço e produtos siderúrgicos dos Estados Unidos, com operação em todo o Globo. Por fim, a Evoqua Water Technologies, fornecedora de tratamento de água que opera em mais de 150 localidades em nove países.



Certamente as intenções com o Penguins Pledge são as melhores. As informações iniciais indicam para a uma valorização das ações da Paints Arena, olhando com mais cuidado para os serviços de alimentação buscando reduzir o desperdício, e qualificação do plano de comunicação de sustentabilidade construído com foco na conservação e reciclagem.


Aquilo que será feito é muito importante. Entretanto, o tempo trará uma medição significativa, para vê-la será fundamental acompanhar com carinho a caminhada e entender as razões da adesão desses parceiros (indústrias de altíssimo impacto) em programas desta natureza. Um projeto semelhante no qual apoiadores são fortes é o Forever Green, do Real Betis. Dos vários integrantes dois chamam a atenção pelas suas linhas de produção e produtos finais, a Volvo e a empresa de energia Endesa.


Uma visão diferente, para exemplificar, é o modelo de parcerias adotado nos programas da liga de basquete norte americana, a NBA. Mais institucional, o NBA Cares e o NBA Green, por exemplo, surfam a iniciativa da liga conciliando equipes e atletas em iniciativas sociais e de sustentabilidade. O sponsor é a própria liga, comprometida na promoção das causas.


Indústrias pesadas apoiando projetos esportivos de sustentabilidade são poucas, mas parecem cada vez mais frequentes. Revelam que grandes players já estão atentos aos sinais ali presentes; um canal promissor para alcançar o coração e a mente das pessoas. O presente sucesso do Forever Green, o impacto futuro do Penguins Pledge e outros projetos ao redor do mundo serão importantes para compreendermos este fenômeno.


Enquanto a maneira de comercializar direitos de transmissão estão de pernas para o ar em razão de inovações tecnológicas e comportamentais, aspectos socioculturais como a sustentabilidade crescem como verdadeiros impulsionadores de novos valores e potencialidades de mercado. Os programas ASG, além de papel edificador, surgem como mar de oportunidades para (re)posicionamento e fortalecimento de marcas. Se bem utilizados, as organizações esportivas têm em suas mãos uma propriedade de alto valor e segura penetração social a ser explorada.
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