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Foto do escritorRodrigo M. Weinhardt

Brasil: 10 anos da 1ª construção esportiva com Selo Verde LEED


Centro de Desenvolvimento Esportivo de Osasco, 10 anos da certificação Leadership in Energy and Environmental Design

Colaborou: Osvaldo Dietrich


Em silêncio, em fevereiro de 2021 o Brasil completou uma marca importante no cenário esportivo: há 10 anos o Centro de Desenvolvimento Esportivo de Osasco recebia a Certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED® NC GOLD). Uma distinção concedida pela ONG U.S. Green Building Council para construções que cumprem exigências visando a sustentabilidade.


Na época, o Banco Bradesco e a prefeitura local encamparam o projeto e foram zelosos quanto a ecoeficiência e critérios internacionais de sustentabilidade. Entre as condições para conseguir a certificação estavam, por exemplo, cuidados quanto ao uso racional de água, de energia solar e sistema de Iluminação com maior entrada de luz natural (a lista completa está no fim deste artigo).


Assim, CDE surgiu como a primeira edificação brasileira com finalidade esportiva a direcionar atenção à sustentabilidade, e ao mesmo tempo promover os valores e os princípios transformadores do esporte, antes mesmo das instalações de Copa do Mundo e Olimpíadas atenderem aos apelos constritos de FIFA e do COI – sempre cuidadosos com a opinião pública. Foi mais que uma ecoconstrução, acreditou-se na educação, patrocinaram ações sociais e a inclusão. Benefícios direcionados a crianças e jovens mulheres tendo o esporte como movimento de desenvolvimento e mudança social.


Alterar o meio é o resultado obvio da construção civil, talvez por isso as engenharias tenham a sustentabilidade como uma noção espontânea e construções sustentáveis sejam verdades estabelecidas. Reconhecer este esforço é um catalisador importante, um agente da polinização das atenções às necessidades das futuras gerações.


Alterar a mente e o coração das pessoas é fruto óbvio do meio. Nossas excitações não são o grande mal cultural, mas são constantemente tentadas a corromper a lucidez da abordagem mais equilibrada entre nossas necessidades, o luxo e os meios e fins para resolvê-los.

Promover ações e atos capazes de modificar o agir e o pensar é gradual e silencioso, panorama pouco ou insuficientemente explorado no cenário esportivo brasileiro com a mesma clareza, por exemplo, que as engenharias implementaram suas normas de ecoconstruções.


Há 10 anos o Banco Bradesco e a Prefeitura Municipal de Osasco interpretaram e embalaram bem a sinergia necessária entre selos e ISOS a aspectos sociais e de educação. Talvez tenha sido uma aposta mercadológica adaptando prescrições da construção civil e ao retorno de acionistas. Parece que não, em razão dos esforços ao longo desta década.


Há muito o que aproveitar do trabalho no CDE. Se por um lado a edificação é exemplo, pouco sabemos sobre a eficiência da educação socioambiental. Para isso, é preciso um contato científico comprobatório, uma avaliação de campo quanto a percepção dos agentes envolvidos a aspectos como socialização, responsabilidade, integração, disciplina e espírito de equipe (valores esportivos clássicos) ao mesmo tempo que preservação, desenvolvimento sustentável e ecologia.


O CED é um marco, é preciso comemorar este decênio, pois, de acordo com relatórios do portal da GBC Brasil, atualmente apenas 1.600 edificações brasileiras receberam o selo LEED, pouco mais de 10 são instalações esportivas.


Abaixo a relação divulgada com os itens avaliados na época da inauguração do CDE para conquistar o Selo Verde*:


• Espaço sustentável: facilidades permitidas para o deslocamento de pessoas portadoras de deficiências;

• Uso racional de água: reaproveitamento da água de chuva para utilização em banheiros, jardinagem e limpeza, propiciando 100% de economia de água potável; utilização de vasos sanitários com caixas acopladas de duplo acionamento (3 e 6 litros); além de torneiras com fechamento automático;

• Energia solar: utilização de placas solares para aquecimento de piscina, chuveiros e torneiras;

• Sistema de ventilação: uso de comoventes permitindo alta renovação de ar natural nos ambientes internos;

• Sistema de Iluminação: adoção de grandes janelas de vidro transparente em paredes, permitindo uma entrada maior de luz natural (28% de economia no consumo de energia, comparado ao padrão norte-americano);

• Disposição de bicicletário;

• Infraestrutura adequada para realização de coleta seletiva;

• Sistema de retenção de água pluvial para diminuição do volume de água da rede pública, reduzindo o potencial de enchentes no entorno;

• 55% de áreas verdes com vegetação nativa e adaptada; e

• 96% de toda a madeira utilizada no empreendimento certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council)

*FONTE: gife.org.br


Referências

GIFE. Bradesco conquista selo internacional de sustentabilidade com centro esportivo. Último acesso em 20/03/2021: https://gife.org.br/bradesco-conquista-selo-internacional-de-sustentabilidade-com-centro-esportivo/.

Bradesco Esporte e Educação. Último acesso em 20/03/2021: https://www.bradescoesportes.com.br/programa/historia.shtm

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